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Setor fabricante de máquinas e equipamentos registrou crescimento de 6,4% em relação ao mês imediatamente anterior

No mês de agosto, a receita líquida do setor fabricante de máquinas e equipamentos registrou crescimento de 6,4% em relação ao mês imediatamente anterior e de 11,9% em relação ao mesmo mês de 2017. Contribuiu para o crescimento deste mês o forte aumento das exportações. No mercado interno houve queda nos investimentos em máquinas e equipamentos. Com este resultado, no ano (janago/18), o setor passou a acumular crescimento de 5,9%. Até o mês de julho o crescimento era de 5%.

O comportamento das vendas durante o mês de agosto de 2018 seguiu a curva de sazonalidade do setor. O crescimento observado fez com que as vendas chegassem a R$ 7,3 bilhões, 12% superior ao mesmo mês de 2017, mas ainda 36% inferior ao valor alcançado durante o período précrise, cuja receita média era de R$ 11 bilhões. A expectativa é que nos próximos meses o setor mantenha o seu desempenho padrão, isso o levaria a encerrar o ano com uma taxa de crescimento ao redor de 7%, a primeira após 5 anos consecutivos de queda.

As exportações de máquinas e equipamentos registraram forte crescimento em agosto/18 (+68,5%). Este crescimento foi influenciado pela comercialização de produtos classificados em três NCM, que juntas representaram 88% do crescimento das exportações realizadas no mês. Na comparação interanual, o crescimento de 41,6% foi influenciado pelos mesmos itens. No ano (jan-ago/18), o resultado foi de crescimento de 18% em comparação com igual período do ano anterior.

O resultado do mês agosto foi influenciado : – no grupo de Máquinas para petróleo e energia renovável pelas exportações de tubos utilizados em oleodutos e gasodutos (US$79 milhões); – no de Máquinas para bens de consumo pelos aparelhos e dispositivos para tratamento térmico de matérias (US$ 167 milhões); – e no de Infraestrutura e indústria de Base pelos aparelhos para filtrar ou depurar líquidos (US$ 176 milhões). No ano, o único grupo setorial a registrar queda em relação ao período o anterior foi o fabricante de máquinas para indústria de transformação que recuou 10% no ano.

Os principais destinos das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos foram, pela ordem, América Latina, Estados Unidos e Europa. As exportações para América Latina e Mercosul, voltaram a apresentar resultado positivo em 2018 (jan-ago) devido à exportação do equipamento para tratamento térmico de matérias para a Argentina no valor de US$ 167 milhões ocorrida no mês de agosto. No desempenho anual a maior contribuição para o crescimento continua vindo dos Estados Unidos e dos países europeus que ampliaram suas compras no Brasil em 52,2% e 42,2% respectivamente neste ano (janago) em relação a 2017.

Em agosto houve queda de 6,1% nas importações em relação às do mês de julho, mas crescimento em relação ao mesmo mês de 2017 (+19,8%). O que levou o resultado do ano (jan-ago) a um crescimento de 18,3% em relação a 2017. Este forte aumento das importações veio como reflexo das encomendas realizadas entre o final de 2017 e início de 2018, período cujo desempenho da economia sinalizava uma saída mais rápida da crise. O pouco dinamismo no mercado interno, entretanto, põe em dúvida a continuidade deste aumento.

Em agosto de 2018, houve queda nas importações de máquinas e equipamentos direcionadas aos seguintes mercados: Agricultura, Bens de Consumo, Logística e Construção Civil e Indústria de Bens de Capital (componentes). E forte crescimento no mercado de Petróleo e Energia Renovável (+81,4%), este último em função da aquisição de tubos para oleodutos e gasodutos vindos da Alemanha. No ano (jan-ago), o aumento da entrada de máquinas e equipamentos no Brasil ocorreu em todos os setores e elevou sua participação no mercado doméstico para 61%.

No ano (jan-ago), a principal origem das importações de máquinas e equipamentos, tanto em valores como em quantidade, continuou sendo China. As máquinas de origem chinesa representam hoje 18,3% do total das importações realizadas em 2018, um aumento na participação em 8,9 p.p. em 10 anos. Os Estados Unidos que já foram a principal origem com 22% de participação, hoje ocupam a segunda colocação com 16,8% do total. A Alemanha também perdeu um pouco da sua participação e foi para a terceira posição entre as origens, com 15,6% do total de máquinas importadas pelo Brasil. Itália e Japão que ocupam a 4º e 5º posição, respectivamente, vem apresentando crescimento no mercado brasileiro.

O mês de agosto de 2018 interrompeu os consecutivos crescimentos observados desde o final do 1.trimeste, ao registrar retração no consumo aparente de máquinas e equipamentos no país (-17,2%). Houve queda tanto na aquisição de máquinas produzidas localmente como importadas. Em função disto, no ano (janago/18) os investimentos em máquinas e equipamentos, registraram pequena desaceleração, a taxa de crescimento recuou de 10,7% para 10,3%. O alto índice de ociosidade da economia, combinado com crédito caro e o elevado grau de incertezas político e econômica, continua dificultando a retomada dos investimentos no país.

O NUCI – Nível de utilização da capacidade instalada da indústria de máquinas e equipamentos manteve no patamar observado em julho (76,6%). Em relação ao nível médio utilizado em 2017, o setor está 3,2 pontos percentuais acima, em razão, principalmente, do aumento das atividades produtivas de bens seriados direcionados ao mercado externo. A carteira de pedidos que vinha sinalizando recuperação também recuou no mês de agosto. O que levou a carteira de pedidos a um desempenho pior daquele observado das vendas é a baixa atividade nos setores de infraestrutura e indústria de base, cuja carteira tradicionalmente de 8 meses recuo para sua metade em 2018.

A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de agosto/18 com 299,9 mil pessoas ocupadas, um aumento de 0,6%, em relação ao mês de julho de 2018 que já havia crescido 0,8%. Em relação ao mês de agosto de 2017 também houve melhora no quadro de pessoal (+3,7%) em resposta ao aumento da produção e das vendas, principalmente direcionadas para o mercado externo. No ano o setor ampliou o seu quadro de pessoal em quase 10 mil pessoas.